Designer de informação <3
Visualização de dados
Somnium
Somnium (2015) é um projeto pessoal de visualização de dados que trata do tempo e da memória. Foi meu primeiro trabalho com visualização, feito num período em que eu pesquisava sobre Lifelog para o LabVis, sob a orientação de Barbara Castro e em parceia com Igor Defáveri. O lifelogging é a prática de coleta de dados pessoais para usos diversos, como automonitoramento ou registro, como a que fiz.
Categorização dos dados e estrutura do projeto
Coleta de dados: as informações anotadas eram transferidas para tabelas no Excel
Esboço de gráfico radial para tratar dos cinco meses de processo
Categorização dos dados e estrutura do projeto
O ponto de partida foi o desejo de desenvolver um projeto de lifelog sobre a memória. Os meus sonhos, meios da memória filtrar o que é ou não importante para arquivar, se perdiam todos os dias. Para registrá-los melhor e lembrar seu conteúdo, utilizei o lifelog: todos os dias ao acordar, durante cinco meses, anotei palavras-chave categorizadas em objetos, pessoas, horários e lugares que apareciam na noite de sono. Assim, minhas tabelas se tornaram extensões da minha memória.
O objetivo era representar os sonhos quantitativamente, sem perder o tom onírico de sonhar. Procurei, então, fazer analogia dos gráficos com elementos espaciais. No decorrer do processo, o gráfico radial foi escolhido por ser um formato conhecido que remetia à estrelas ou sóis. As cores possuem tons pouco saturados. Elas são calmas, confortantes e têm a função de categorizar a quantidade de elementos da palavra-chave presentes no sonho daquele dia.
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Como resulado, foram feitos dois cartazes A2: um contendo a visão geral de cinco meses, outro tratando do mês com maior atividade, julho.
Os desafios no início eram muitos. Quando montei o projeto, estudava visualização há apenas alguns meses. Meu conhecimento sobre visualização e suas ferramentas eram limitados. Durante os cinco meses de desenvolvimento, lidei com todas as etapas de criação e uma visualização sozinha. Posso dizer que aprendi a lidar com dados, pesquisar boas referências e, acima de tudo, tive meu primeiro contato prático com o fazer uma visualização do zero, em cartaz, o que me levou a aprender um pouco mais sobre como lidar com ferramentas, cálculos, tipografia e diversos elementos de composição.
Ainda no ano de 2015, Somnium esteve em exposição na Bienal de 200 Anos da Escola de Belas Artes – UFRJ
e a pesquisa sobre lifelogging que ele acompanhou foi publicada no #14.ART (Encontro Internacional de Arte
e Tecnologia), em Aveiro, Portugal. Leia mais sobre o projeto aqui.
